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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Caminhando pelo deserto

Caminhando no deserto
Ele andava no deserto. Estava tão seco que sua pele  mais parecia escamas de peixes terrestres. O vazio tomava conta de tal maneira que seu caminhar, juntamente com seu pensamento perderam o propósito do próprio andar. Tudo que se via e sentia era areia quente.  Ele, de vez em quando, se via numa breve ilusão, em meio à um oásis com belas árvores, límpidas águas e deliciosas sombras.  Mas a ilusão era tão evidente que ele só conseguia observar de longe, sem sentir, sem tocar, sem nada adentrar. Era um expectador de algo que poderia ser o paraíso, mas que nem próximo poderia chegar para concluir se era ou não. Como em um sonho esse oásis se desfazia em sua frente. Ele ainda o via como antes, suas águas, árvores e sombras,  porém  desfeito.  Ele conseguia sentir esta ilusão se desfazendo bem na sua frente,  pois o calor  e a aridez da areia que nunca deixaram de estar presentes voltaram a aparecer.  
Em meio à sua contínua caminhada, árida, solitária e longa pelo deserto, destituída das próprias ilusões ele percebe que a melhor maneira para continuar sua jornada com forças para transformar o próprio deserto era se banhar naquele delicioso oásis, descansar e recuperar suas forças nas agradáveis sombras daquelas frondosas árvores, se alimentar de seus maravilhosos frutos. Daí poderia continuar seu longo percurso, que não duraria mais que um piscar de olhos, através daquele deserto de belezas nunca vistas antes.
E assim ele continuou, sem mais se iludir!
Abdul Issair
Poema em homenagem à Damasco interior.